31.8.09

eu não, eu estou viva

Desde sexta-feira. Por volta das 9:50. Essa sentença não me sai da cabeça:"as pessoas me diziam: você está morta. E eu respondia: eu não, eu estou viva."

9:50 Qualquer Sofá, da Cia. Opovoempé, ecoou em mim como há tempos um espetáculo não ecoava. E sofri muito por ter ido no último dia, queria ir de novo. Como elas mesmas dizem, quatro atrizes e um sofá no palco, você encontra no que elas contam semelhanças muito grandes com a sua própria realidade.

Falar de pequenas coisas cotidianas que chamam a atenção e mudam o rumo da vida das pessoas. Pequenas coisas imprevisíveis, que não acontecem todos os dias, que são realmente bizarras e que dão as melhores manchetes de jornal.

E assim, pessoas sobrevivem a raios. E ratos entalam em impressoras. Gatinhos explodem em microondas. Sempre amei essas histórias peculiares, que chamam a atenção para a vida. Meu extinto blog falava exatamente sobre isso.

Essas meninas puseram em cena de maneira sublime coisas tão pequenas que ficaram enormes. Gestos lindos. Simplicidade e beleza.

Sempre é bom lembrar que pequenas coisas são importantes.

Bom, a peça terminou a temporada essa sexta lá no Tusp, mas o grupo continuará por lá as terças e quintas com outra montagem: " AquiDentro AquiFora", quintas e sextas as 21e30h. Não vou perder, e vc?



Opovoempé - 9:50 Qualquer Sofá

25.8.09

falar

Há muito tempo eu não entro em um processo com um texto pra decorar. Sim, longos anos de Quixote fizeram-se com a nossa expressão silenciosa. O que me fez esquecer de como é legal o processo de se apropriar de um texto. Propriamente dito.

Tem ator que sofre muito com isso. Eu adoro. Confesso ter facilidade. Quer dizer, não sei se é uma facilidade ou apenas uma dedicação. Gosto tanto que decoro logo.

Decoro porque odeio entrar em cena com papel na mão. É horrível mãos ocupadas e olhos no texto. Prefiro errar. Saber o texto te dá liberdade de expressá-lo.A cada ensaio descobrir novas formas, novas pausas, novas menções para esse texto.

E amo. Pegar a caneta e muitos papéis e escrever o texto com a minha letra. Um milhão de vezes. Até conseguir escrevê-lo sem colar. E pronto. É só falar. Falar e Falar...

Texto. Texto. Texto Falado. Bem-vindo de volta!

19.8.09

tempo

E está nublado lá fora.
E da minha janela eu vejo o Centro da Cidade.
Ouço o sino do Mosteiro de São Bento.
Ouço gritos da 25 de março.
Tempo.
Tenho ensaio hoje a noite.
Falta um tempo.
Tempo.
É tempo de se render ao trabalhao diário de 8 horas.
E no escritório.
Eu crio a personagem da executiva trabalhadora.
Isso compra minha paz.
Isso me liberta do meu pai.
Mas a cabeça.
Todo tempo.
Está no ensaio de logo mais.
E no tempo.
Tempo que ainda virá.
Tempo de no Teatro ter paz.
 
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