28.10.08

ensaiando e andando

A sala de ensaio. Lugar de descobertas. A cada dia surge uma nova semente. De algo que ainda está por vir e ainda está muito pequeno. A cada descoberta. Um susto. Às vezes a sensação de que não vamos dar conta. Às vezes a euforia: tudo parece estar resolvido.

A emoção. O medo. As pessoas.

Nada melhor do que ensaiar. Melhorar. Chorar. Torcer.

Até o dia de tocar o terceiro sinal.

sala de ensaio de Hamlet

24.10.08

edital

Passei a Madrugada finalizando o projeto do Hamlet para o edital Myriam Muniz. Acho incrível como apenas escrevendo linhas sobre seu trabalho a esperanção revigora. Fiz o pdf da versão final e pensei: agora nós vamos ganhar!

Porque lá está escrito tudo o que você acredita. E se você acredita você acha que é muito bom. E se é muito bom, é para ganhar. Mesmo que daqui uma semana essa ilusão se perca. O momento de finalizaçãodo projeto é incrível: nosso filho.

E assim vamos. Escrevendo. Sonhando. Mandando. Pensando. E um dia alguém vai ler e achar tão bom quanto eu. E vai sonhar comigo. E fazer acontecer. Como deve ser.

21.10.08

não quero

Eu não quero mais.
Não me olha torto.
Horrível não trabalhar trabalhando.
E ter que dar algo em troca.
Como se fosse fácil trabalhar sem tostão.
E aguentar a cara daqueles que
acham que não é trabalho.
Quando se está trabalhando.
Trabalhando.
Vem aqui ser ator.
Discrimina.
Depois.
Quero ver.
Não quero mais.
Não me olha assim.

15.10.08

ação, ação e ação

Eu penso no teatro hoje fazendo. Não falando. O texto nos é dado. Da forma como é dado pra todos que os leem. Mas o que queremos dizer. Com aquelas mesmas palavras. Tantas vezes já ditas. Parte de nós. E o que somos nós senão aquilo que fazemos?

Agir. E ação mostra-se cada vez mais vinda antes do texto. De estímulos que partem de referências. Do clima proposto. Da atmosfera da peça. Sabendo o todo. E como queremos fazê-lo. O texto aparece naturalmente encaixado naquela idéia. Dando verdadeiro sentido à palavra encenação.

Decorar um texto sentado. Sem ter referência do que vai ser feito. Mais trava do que leva a diante. Individualiza a interpretação. De fora pra dentro vamos longe. Da ação ao texto. Para falar aquilo que o texto diz.

Como queremos dizer.

12.10.08

o jardim dos duendes

Que peça mais bonitinha. Essa que eu vi ontem. Infantil. Particularmente eu tenho medo de fazer peça para crianças. Crianças interagem sem pudores com os atores. E se você não estiver preapardo. Pode quebrar. Mas lá fui eu assistir para prestigiar um amigo imaginário.

O Jardim do Duendes é uma peça de muito bom gosto. Para crianças bem pequenas. Mas que encanta os adultos.

E foi muito prazeroso estar lá. Vale a pena conferir. E se divertir. Como uma pequena criança.

Que somos todos.

Viva o dia das crianças!! hehehe


O Jardim dos Duendes
até 23 de novembro
sábado e domingo (16H)
Espaço Cultural Pyndorama
R. Turiaçu, 481 - tel:3871-0373

10.10.08

hécuba

Aline Baba em Troianas, direção René Piazentin (Teatro Escola Macunaíma)


Ontem, na madrugada, em mais uma noite de insônia, me deu saudades do tempo em que fui Hécuba. A Rainha de Tróia. Certo que foi um espetáculo ainda na escola. Mas digamos que foi assim: definitivo.

E lembrei. Lembrei de todo o meu texto. Pelo menos o da cena inicial. E tive a impressão de que poderia representá-lo naquele momento.

Acho muito íncrível como eu não consigo esquecer os solilóquios da Hécuba. Acho que não é porque eram muito grandes. Mas pela força que eles tinham. Pela beleza das palavras.

O primeiro texto de teatro que eu li na vida foi Édipo Rei. Ainda no colégio. Quinta ou sexta série... não imaginava ainda que seria atriz. Mas aquele texto modificou algo em mim. Me apaixonei pelo Coro. Pela Mitologia. Por tudo.

Acho que de tudo que existe no teatro. O que eu mais gosto ainda é a Tragédia Grega. Apesar de acharem que eu lido melhor com textos de comédia. Não. A tragédia. A Mitologia. Ser aquilo que já foi. Antes de Cristo. E ainda hoje é muito forte. Realmente me impressiona. Dá sentido ao meu teatro.

Troianas. Apesar de ter sido feita com o texto de Jean Paul Sartre, era assim para mim. Eu estava na Guerra de Tróia. Falando. E ... "O silêncio não vale mais do que as palavras". Representar alguém dos tempos de Homero. É dar continuidade ao ciclo da vida.

"Navios, belos navios, há dez anos, aonde então íeis? Íeis bucar a grega Helena, esposa infiél de Menelau, e trazíeis a morte aos troianos..."

8.10.08

Fala comigo doce como o Minc ...

O Sr. Rouanet. Meu amigo de longa data. Não te atende no telefone. Ele só fala comigo por um site. Sem maiores explicações.

Lá no site do Sr. Minc, ele fala lá que eu vou receber uma carta. E é assim minha vida. Vendo site. Esperando carta. E triste. Por não ter uma palavrinha amiga sequer do senhor, Seu Rouanet.

Ontem fui até você. E o guardinha não me abriu o portão. Disse que eu estava fora do horário. Saí cabisbaixa...

Hoje. Sua amável secretária. Ao me ver em tal angústia respondeu incrivelmente a minha indagação de qual seria o próximo passo. Que doces palavras, músicas para meus ouvidos:

"Agora, você espera que vai sair no site e vão te enviar outra carta"

Fiquei emocionada...

Fala comigo. Seu Rouanet. Por favor. Te aguardo para um chá.

2.10.08

a passeio...

As pessoas passam pela vida
A passeio
A trabalho
Não param para pensar
Em um sentido
Que não existe
Por isso são felizes
Ou não...

O ator
Todo dia
Tenta encontrar um sentido
Pra vida
Pra arte
Pra seguir...

E não sabe o que é o bem
Não sabe o que é o mal
Porque tudo é humano
Tudo dói.

Uma dor dissipada
Que arrasa
Sem ter porquê.

Um dia feliz
Se torna duvidoso
Lá no fundo
O sentido ainda não existe
E nunca existirá
Sabemos
Mas não queremos saber.

Queria ter vindo a passeio.

1.10.08

ser palhaço

Palhacinhos no 1º Encontro Estadual de Cipeiros


Esse final de semana eu fui um palhaço.
E foi bom.
Fazer o povo rir no meio de uma Convenção chata.
Dar o recado que eles queriam de forma lúdica.
Me pintar.
Me divertir.
Uma forma boa de ganhar a vida.
Quem não quer ser pago para trazer alegria.
É um caminho...
No meio de tantas e tantas angústias.
A pausa para a alegria.
 
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