30.8.08

fim de temporada

Fim.
Foi bom.
E não estou triste dessa vez.
Porque agora sei que é pra sempre.
E vamos tentar.
Mais e mais.
Imaginando.
Ventando.
Quixote é infinito.
Seu espírito.
Esperança.
Amor.
Teatro.
Vida.

(último final de semana de Quixote no Denoy de Oliveira, quem perder vai ter que esperar a próxima batalha, mas os Moinhos não param, não vão parar)

26.8.08

o espetáculo nunca está pronto

É incrível que, quanto mais ensaiamos uma peça, mais descobrimos nela coisas a melhorar. Isso que renova nossa vida teatral. A descoberta de todos os dias.

Achar que o trabalho está pronto. Feito. É deixar-se largar. Acomodar-se. As vezes deixamo-nos enganar por essa falsa ilusão de que o jogo está ganho. E aí é que se perde. Não somos e nunca seremos os favoritos de partida alguma.

Toda vez que uma peça vai ao palco, é como se fosse a primeira. O frio na barriga. A espectativa. Assim, com o vigor da primeira vez. Com a vontade de quem nunca fez. Porque um dia é diferente do outro. E temos que trabalhar para que ele seja melhor que o anterior. Não pior.

E melhor. E melhor ainda.

Igual nunca.

Pior. Nem pensar.

21.8.08

e o teatro pegou fogo

Domingo. Triste notícia. O teatro Cultura Artística, um dos mais tradicinais de São Paulo, incediou-se. É estranho pensar que nos dias de hoje ainda acontecem tragédias como essa. Incêndio em teatro parece coisa dos anos 70. Mas não. Tudo ainda é muito frágil.

Um teatro que recebe grandes produções. Em cinzas. Um pedaço da nossa história. Agora está fechado. Em 2008. Com brigada de incêndio. A vida ainda é frágil. A arte é a parte mais frágil dessa vida.

E no Brasil ainda é assim. Nossa história vira cinzas. E no dia seguinte ninguém se lembra. Teatros são abandonados. Aqueles que já são esquecidos...

Pelo menos o painel do Di Cavalcanti não sofreu danos. Mas se tivesse sofrido. Quem se importaria?

Arte frágil. Frágil vida.

18.8.08

conversa com o público

Esse final de semana, em especial, pude perceber a receptividade do público para com a peça.

O legal de estar apresentando no teatro Denoy de Oliveira é que ele é pequeno e acolchegante. Então o público fica bem pertinho da gente. Dá pra ouví-los, vê-los e olhá-los. Adoro olhar para o público.

Não sei onde começou essa quebra da quarta parede. Deve ter sido lá nos tempos áureos da Commédia dell'Arte. Suponho. Só sei que essa triangulação do Sancho com o público é uma alegria para mim.

Agora eu consigo enxergar as primeira filas. E olhar no olho das pessoas. E elas riem. E elas choram. E elas se sentem cúmplices do espetáculo.

Se você for me ver. Senta pertinho de mim pra eu te olhar, tá?

15.8.08

gambiarra, a festa

Finalmente tive um bom motivo para, num domingo a noite, no qual a maioria dos mortais assistem Fantástico, ir à Gambiarra. Era a comemoração da estréia da minha peça. E foi lindo ver as fotos da peça passando no telão, equanto os colegas teatrantes dançavam e se divertiam.

Todos os domingos essa festa anima a classe teatral. Que labutou o fim de semana inteiro. E é bonito ver tanta gente como a gente reunida. Lotado. Queria um dia ver toda essa "platéia" reunida para ver uma peça.

Uma festinha é um bom começo. Para unir a galera.

Cia. dos Imaginários na Gambiarra - gostinho de missão cumprida

http://gambiarra.afesta.nafoto.net/

13.8.08

depois da estréia

Pensei em escrever algo sobre o que aconteceu nesse final de semana.
Daí me deparei com essas palavras no blog do meu diretor, o Velho Marujo:

Bom ver tudo isso em cena outra vez.
Antes de tudo, é importante lembrar de onde viemos. Da estrada até aqui.
Quando a gente trabalha com teatro, na maioria das vezes é mais fácil encontrarmos motivos para parar do que para continuar. As pequenas questões pessoais, as dificuldades que minam nosso prazer, o próprio processo desgastante, nosso cansaço, nossa preguiça.
Os moinhos de sempre.
Estávamos lá, de novo. Concorrendo com a Achiropita. Concorrendo com a chuva. Concorrendo com o dia dos pais. Concorrendo com o frio.
"... e o bonito era que estava de olhos fechados, porque realmente dormia sonhando estar em batalha com um gigante."
A Aline fecha os olhos de verdade na cena do monstro.
E o bonito é que ela realmente sonha estar em batalha com um gigante.
E para poder sonhar também, deixo os meus abertos.
Que venham os moinhos, não tem problema.



Acho que não preciso escrever nada.


de olhos fechados, eu contra o gigante.

9.8.08

estréia

Hoje é dia de estréia. Dia único. Frio na barriga.
Depois de tanta luta chegamos lá.
Porque se Deus existe. Deus é Dom Quixote.
Muita merda para nós.
E Moinhos.
Sempre.

5.8.08

o ensaio

Fiquei muito feliz ao ir ontem ao Teatro Imprensa para prestigiar a performance da minha querida amiga Anna Cecília Junqueira na peça "O Ensaio". A segunda do grupo Tapa que vejo em menos de um mês.

Não é para menos. Impecável em suas montagens e no trabalho que faz com a interpretação dos atores. É uma prazer assistir pelas assim. Ainda mais quando elas falam sobre teatro. Me encanto com metateatro. A peça é um lindo exemplo de trabalho com o realismo. Muito bem feita.

O texto é muito sarcástico. Adoro. E os atores estão muito bem. Fortes. Com um presença incrível.

Vale a pena conferir.

Anna Cecília Junqueira em "O Ensaio"

maiores informações: http://www.bocadecenacomunicacao.com.br/oensaio/

1.8.08

hamlet japonês

Outro dia estava floreando sobre o Hamlet por aqui. Mas na verdade nunca pensei que realmente minha divagação sobre: em todo lugar do planeta tem alguém encenando o Hamlet; pudesse se materializar em um vídeo de uma encenação nipônica da peça.

Além do bizarro, tem coisas interessantes na interpretação japonesa. E mais uma vez se afirma a universalidade do texto. Para quem conhece, mesmo em japonês, identifica-se o que acontece. Hamlet por si só é um acontecimento.

Assistam o vídeo da cena do encontro com o fantasma do Rei Hamlet. no youtube tem mais cenas da peça.

 
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