30.11.09

bete dorgam

Fui fazer o curso sem nehuma pretenção.
Sem saber o que ia ser.
E de repente.
Foi a melhor coisa que eu fiz por mim.
Na vida.
Descobri coisas lindas.
Ouvi.
Senti.
Como não sentia.
Como não ouvia.
Chorei.
E tive um nariz.
Que agora é meu.

23.11.09

ovo disfarçado

Estou divulgando essa peça fofíssima. Vale muito a pena ir prestigiar. O espaço é lindo. As atrizes estão ótimas. E o tema, embora pareça nonsense, faz a gente refletir muito e se deliciar com ovos espalhados no jardim.






“O DISFARCE DO OVO” PROPÕE UMA REAÇÃO À OBRA DE CLARICE LISPECTOR, USANDO A ESCRITURA CORPORAL PARA ENCENAR O UNIVERSO EPIFÂNICO DA AUTORA


“O Disfarce do Ovo”, do Coletivo Teatro Dodecafônico, faz temporada na Casa de Dona Yayá, no Bixiga, em São Paulo, até 20 de dezembro. O Coletivo de artistas trás como proposta uma reação ao universo epifânico de Clarice Lispector, a partir dos contos “A Legião Estrangeira” e “O Ovo e a Galinha”. Criada coletivamente, a dramaturgia explora a escritura corporal, substituindo as palavras por imagens para a construção da encenação, composta por 7 quadros. Cada quadro parte de um ponto específico: uma partitura corporal ou sonora, a relação com um objeto, um recorte de espaço, sempre sobrepostos a textos diversos. O treinamento corporal das atrizes foi baseado em princípios técnicos desenvolvidos por Klauss Vianna.


Sendo o corpo o suporte e o condutor para a materialização da experiência, o espaço cênico reproduz um lugar de intimidade, comportando apenas 25 pessoas por sessão. Durante a encenação, os presentes vivem a encenação ao lado das atrizes, transitando por espaços que sugerem ambientes domésticos. O público percorre, ao mesmo tempo, caminhos de estranhamento da alma e da memória, compartilhando o mundo interior da autora.


A escolha por espaços alternativos é parte da pesquisa do grupo, que entende a arquitetura na qual a peça será apresentada como primeiro desafio à instalação das cenas. Os detalhes arquitetônicos da Casa de Dona Yayá incrementam ainda mais a encenação, já que a casa é apresentada ao espectador como ela é.


A Casa é um dos mais conhecidos bens culturais da Universidade de São Paulo, tombado pelo Condephaat. Na primeira metade do século passado, foi habitada por Dona Yayá por mais de 35 anos, e se transformou, com o agravamento de sua suposta insanidade mental, em sua própria alcova. Há todo um mito que ainda cerca a casa, que é considerada um dos últimos exemplares de chácaras urbanas em São Paulo. É uma das poucas casas que ainda guarda paredes trabalhadas pelas mãos de restauradores. É possível ver as diversas camadas de tinta pelas quais passou ao longo de um século ou mais.


Local: Casa de Dona Yayá Rua Major Diogo, 353 - Bixiga

Sábados às 20h e domingos às 19h.

Criação do Coletivo Teatro Dodecafônico.

Capacidade 25 lugares.

Para maiores de 14 anos.

Até 20/12.

Ingressos: 20,00 (inteira) e 10,00 (meia).

Reservas pelo telefone: 7674.4062.

Se chover não haverá apresentação.


Sinopse: A encenação revela uma série de encontros: duas mulheres, uma menina, um ovo, um pintinho. Ao percorrer uma trajetória fragmentada, o espectador é convidado a transitar pelo jardim e pelo interior da casa, caminhos de estranhamento da alma e da memória. Por meio da linguagem corporal, duas atrizes reagem ao universo epifânico da escritora Clarice Lispector. Apenas 25 pessoas assistem cada apresentação.




FICHA TÉCNICA Encenação: Verônica Veloso Co-encenação: Paulina Caon Intérpretes criadoras: Beatriz Cruz e Gabriela Cordaro Preparação corporal: Verônica Veloso e Paulina Caon Espaço cênico, arte-gráfica e fotografia: Renata Velguim Figurino: Jorge Wakabara Concepção de luz: Taty Kanter Audiocenografia: Felipe Julian Vídeos: Marina Bastos Produção: Coletivo Teatro Dodecafônico

19.11.09

múmia viva

É incrivel como os altos e os baixos de sua vida muitas vezes tem a ver com que a gente tá fazendo em sala de ensaio. Não sei se estou pronta para voltar a escrever no blog. Estou sem ânimo para qualquer coisa. Desacreditada. Da vida. Do Amor. Em profunda tristeza.



Odeio quando me dizem que vai passar. Odeio quando me falam coisas cruéis. Eu queria ficar trancada no meu ármário. Esperando que algo mude. Não ouvir mais niguém. Nãa pensar em nada. Apenas existir. Automaticamente.



Só me impressiono como isso é parecido com Amália. A Múmia. Meu personagem do momento. Eu sou ela. Agora. Espero que não pra sempre.



Espero que a vida me guarde personagens mais felizes.



Amália, eu, Múmia

21.9.09

até que vento volte a soprar.

É tempo de procurar ar.
Meu nariz está caçando por ele como se ele não estivesse mais lá.
O tempo todo.
Cada respirada parece difícil.
Doída.
Meus moinhos estão quase parando.
Como olhos que se fecham de sono.
Sem conciência.
Preciso enlouquecidamente de ar.
Ar.
Respirar.
Tirar o peso do mundo das costas.
E quem sabe assim.
Voltar.
Ser.
Transformar.

3.9.09

enfim, clown, lá vou eu

Só um desabafo. Sempre tive vontade e necessidade de fazer um curso de clown. Por outro lado. Sempre tive medo. medo da nova descoberta.

Enfim superei o medo. Tardiamente. Mas antes. Do que nunca. Me inscrevi no curso da Bete Dorgam. Começo sábado que vem.

Relatos. Aguardem.

31.8.09

eu não, eu estou viva

Desde sexta-feira. Por volta das 9:50. Essa sentença não me sai da cabeça:"as pessoas me diziam: você está morta. E eu respondia: eu não, eu estou viva."

9:50 Qualquer Sofá, da Cia. Opovoempé, ecoou em mim como há tempos um espetáculo não ecoava. E sofri muito por ter ido no último dia, queria ir de novo. Como elas mesmas dizem, quatro atrizes e um sofá no palco, você encontra no que elas contam semelhanças muito grandes com a sua própria realidade.

Falar de pequenas coisas cotidianas que chamam a atenção e mudam o rumo da vida das pessoas. Pequenas coisas imprevisíveis, que não acontecem todos os dias, que são realmente bizarras e que dão as melhores manchetes de jornal.

E assim, pessoas sobrevivem a raios. E ratos entalam em impressoras. Gatinhos explodem em microondas. Sempre amei essas histórias peculiares, que chamam a atenção para a vida. Meu extinto blog falava exatamente sobre isso.

Essas meninas puseram em cena de maneira sublime coisas tão pequenas que ficaram enormes. Gestos lindos. Simplicidade e beleza.

Sempre é bom lembrar que pequenas coisas são importantes.

Bom, a peça terminou a temporada essa sexta lá no Tusp, mas o grupo continuará por lá as terças e quintas com outra montagem: " AquiDentro AquiFora", quintas e sextas as 21e30h. Não vou perder, e vc?



Opovoempé - 9:50 Qualquer Sofá

25.8.09

falar

Há muito tempo eu não entro em um processo com um texto pra decorar. Sim, longos anos de Quixote fizeram-se com a nossa expressão silenciosa. O que me fez esquecer de como é legal o processo de se apropriar de um texto. Propriamente dito.

Tem ator que sofre muito com isso. Eu adoro. Confesso ter facilidade. Quer dizer, não sei se é uma facilidade ou apenas uma dedicação. Gosto tanto que decoro logo.

Decoro porque odeio entrar em cena com papel na mão. É horrível mãos ocupadas e olhos no texto. Prefiro errar. Saber o texto te dá liberdade de expressá-lo.A cada ensaio descobrir novas formas, novas pausas, novas menções para esse texto.

E amo. Pegar a caneta e muitos papéis e escrever o texto com a minha letra. Um milhão de vezes. Até conseguir escrevê-lo sem colar. E pronto. É só falar. Falar e Falar...

Texto. Texto. Texto Falado. Bem-vindo de volta!

19.8.09

tempo

E está nublado lá fora.
E da minha janela eu vejo o Centro da Cidade.
Ouço o sino do Mosteiro de São Bento.
Ouço gritos da 25 de março.
Tempo.
Tenho ensaio hoje a noite.
Falta um tempo.
Tempo.
É tempo de se render ao trabalhao diário de 8 horas.
E no escritório.
Eu crio a personagem da executiva trabalhadora.
Isso compra minha paz.
Isso me liberta do meu pai.
Mas a cabeça.
Todo tempo.
Está no ensaio de logo mais.
E no tempo.
Tempo que ainda virá.
Tempo de no Teatro ter paz.

16.7.09

loucura, lúxúria...

E o Digitando não poderia deixar de parabenizar a Rede Globo pela íncrível Minisséire Som&Fúria. e todo dia eu choro vendo Shakespeare na TV. E todo dia eu choro ao ver nossa realidade do Teatro tão bem retratada.

E o galãzinho de novela contratado pra vender ingressos. Tem um coração e faz um Hamlet lindo. E a Secretária da Cultura que quer transformar o teatro numa Broadway. E a atriz que está lá no papel só porque é afilhada de algúem importante enquanto sua substituta merecia muito mais. A máxima: tem mais gente que ouve rádio do que vai ao teatro. E Andréa Beltrão com crise de idade, antes era Ofélia, agora é Gertrudes... cansada da vida de atriz, faz a gente chorar quando reacende a chama da atuação em cena.

Bom! Muito bom! Será que a série fará mais gente se interessar por Hamlet? Não sei, essas séries costumam dar prejuízo. Mas para aqueles que as apreciam é sempre muito empolgante ver coisas desse tipo na TV.

Bom. Vamos apreciar. O resto é silêncio.

8.7.09

pina

Digitando está em luto. Pina. Menina. Pina. Bailarina. Dança. Dança. Dança. Sob água. Dança. Dança. Agora nas nuvens do céu.

23.6.09

sobre espectros e limites

Quatro e trinta e cinco da manhã. Fazia tempo que a leitura de um texto não me tirava um sono. Curioso é isso acontecer depois da quarta leitura do mesmo texto. Sim, quarta. Tomara que a quinta, a sexta a sétima e a oitava não me deixem meses sem dormir.

A Sonata dos Espectros é difícil de entender. A primeira leitura é surreal. Mas, ao contrári odo que deveria ser, instiga a ler mais uma vez e mais outra. E a cada leitura alguns significados vão dando forma. E a aparente falta de lógica vai angustiando, angustiando. Até explodir.

Porque não se quer que a vida passe sem sentido. E deixar coisas para trás simplesmente porque são incompreensíveis a primeira vista me parece fugir. E talvez seja sobre isso que o texto fale. E talvez seja sobre isso que eu queira falar.

Ficar na mesma. A vida toda. Faz a gente apodrecer. E ter medo. Medo de enfrentar. Cresce no peito uma angústia que não passa e suga nossas energias. Talvez o meu "eu no teatro" queira dizer para as pessoas que elas devem seguir em frente. Seguir seu sonho. Seja ele qual for. Não. Não é talvez. É sobre isso que eu quero falar e é nisso que eu acredito.

Quixote diz isso da forma mais bonita que existe. Talvez seja a hora de levarmos um tapa na cara. E mostrarmos a angústia que tem por trás de estagnar e não ultrapassar seus limites. De repente essa crise pela qual o grupo tem passado queira nos dizer isso... Strindberg cada vez mais me vem como uma resposta possível.

E essa insônia de hoje está me deixando muito feliz. É como uma volta a vida.

18.6.09

primeiras impressões sobre august strindberg

A Caminho de Damasco uma Sonata Fantasma. Acho que encontramos um caminho obscuro e tortuoso para seguirmos. Como num sonho, como num conto de fadas. Nessa estrutura maluca encontramos um alento. E mais do que nunca acho que percebo que sozinho é impossível seguir.

A prisão que é a vida ou a morte. E tudo aquilo que queremos transgredir mas não podemos. Não podemos? Uma força maior que nós existe? Pagamos por nossos crimes? estamos estagnados? Se você se cala por muito tempo tempo, água acumulada começa a se acumular e apodrecer. (Sonata dos Espectros)

É isso. Não quero me calar. Quero caminhar. Nesse meu caminho maluco. Que não importa o quão bizarro ele possa parecer para o outros: ele é o meu caminho. Gosto muito da aparente falta de sentido e da estrutura de sonho/pesadelo que Strindberg propõe. Quem disse que nossa vida é linear?

Talvez porque procuramos uma razão e uma linearidade para a vida nós nos percamos tanto. Talvez.

8.6.09

pra onde?

Para dar um novo passo é preciso escolher o caminho. O novo projeto parece que nunca virá. Já passamos por Hamlet. Pela Metamorfose. E agora a crise. Parece que que nada chegará até o fim.

Dissolução.

Mas. Não mais que de repente. As forças que estavam perdidas se renovaram em olhares. De quem não sabe para onde ir. Mas sabe. Que não é hora de se separar. E eu vi o brilho nos olhos de novo.

Eu vi. que a vontade voltou em cada imaginário. E sim. Acho que somos capazes. De seguir. Rumo a Damasco, ou a qualquer outro lugar que seja nosso.

4.6.09

função

Por muito tempo estive em uma função do grupo que não era minha. Minha vontade de fazer acontecer me fazia segurar tudo na unha. Aos poucos fui descobrindo que isso me fazia mal. Me colocava em um situação de quase arrogância que não era da minha natureza ter.

Isso foi protegendo as pessoas por um lado. Mas criou-se uma bola de neve. Na qual era esperada de mim a atitude que deveria ser de todos. Quando eu não pude ajudar pois o problema central era comigo a crise se fez.

Hoje eu me sinto num lugar melhor. Mas acho que uma estrutura se perdeu e está difícil de se encontrar a outra. Está doendo. Está abalando a base. E pensa-se em separação.

Mas a base não se separa. Senão tudo quebra. Acho que é um momento de repensar e se unir. Unir de novo. Para encontrar a estrutura. Não da forma como era. Mas talvez em algo mais coletivo.

Quando me calei outras vozes apareceram e isso me fez sentir incrivelmente bem. Pois na unha, era isso que eu tentava o tempo todo, pensar no grupo, porque isso é importante pra mim. Teatro de grupo é o caminho que eu quero seguir. E eu não posso ser o grupo. O grupo são todos.

Espero que estejamos crescendo.

Do fundo do meu coração.

Porque eu não sou ninguém sem vocês.

29.5.09

crise

e a crise criativa.
é a crise de maio.
é a incerteza de um caminho.
é a dúvida da encruzilhada.
pra onde seguir?
muita gente.
desejos se chocam.
Vontade.
de parar.
de seguir.
de chorar.
é amar tanto o palco.
é não saber se merece ele.
se tudo foi em vão.
se é melhor voltar para trás.
abandonar o barco.
mas eu não quero.
não quero?
Crise.
crise de maio.

14.5.09

moinhos rodando sem parar

E amanhã.
Mais uma vez.
Quixote.
Estou tão feliz.
E não para.
Não pára!!!

5.5.09

esperamos godot

E, como previsto, foi fantástico. Me senti orgulhosa de participar da Virada Cultural.

Ensaiamos muito. E fizemos Beckett a céu aberto. Medo. No dia anterior fomos ensaiar no parque do Ibirapuera e tivemos a devolutiva de um casal, único, que parou para nos assistir: "se eu fosse esperar Godot, esperaria numa praça". Foi bonito eles falarem isso, e nos animou para o dia seguinte.

Que foi. Godot não veio, claro, mas esperamos ele. E junto conosco um público que não fazia idéia do que ia acontecer. A não ser aqueles que vieram para nos assistir. E tinha tudo para dar errado. Sem cenário. Embaixo da marquise de um prédio. Pessoas sentadas em arena e a apresentação era frontal. Crianças!!! Técnicos de som falando enquanto apresentávamos. Mas foi lindo. O público gostou bastante.

E tenho certeza de que fizemos algo diferente. Quem estava ali vai se lembrar.

Quero mais. Godot.

Quero mais. Virada Cultural.



(eu e o público - Virada Cultural)

27.4.09

esperando godot para a virada cultural

Quão feliz eu fiquei ao saber que, de sopetão, farei mais um Beckett, e desta vez em um evento tão importante para a cidade como é a Virada Cultural! Presente.

Não vou me alongar muito falando do antes. Escreverei sobre, depois que acontecer. Pois tenho certeza que será incrível. Por enquanto, só divulgo:



GODOT, na Virada Cultural

de Samuel Beckett
direção: René Piazentin
com Kedma Franza, Bruno Mattos e Aline Baba

dia 03/05 - 15h

no Museu do Tribunal de Justiça de São Paulo
(R. Conde de Sarzedas, 100 - próximo ao metrô Sé, pertinho do Fórum João Mendes)

14.4.09

grandeville - programa 2

Para vocês curtirem o segundo programa:





10.4.09

ato sem palavras I

E até dia 27 de abril, O Tusp está oferencedo a Mostra Experimentos, com exercícios cênicos, ensaios e estudos de turmas de teatro de escolas públicas.


Segunda-feira fui conferir um exercício de uma turma da EAD, sob direção de Cristiane Quito. Ato Sem Palavras I. Texto, quer dizer, roteiro de rúbricas de Samuel Beckett. E um exercício de improvisação cênica.


Beckett é tudo. O exercício foi muito bem feito e construído intensamente pelos intgrantes. O que deu total significado para o título da mostra, um experimeto de improvisação tão bme executado que é díficil acreditar que realmente foi improvisado. E deu vontade de vontar pra ver outro dia, para ver as diferenças, pena que estive no último.


Trágico. Sublime. Poético. e sempre muito válido ser um Beckket bem feito.


A mostra ainda está rolando, vale a pena conferir as últimas semanas: http://www.usp.br/tusp/

2.4.09

"invadindo" a funarte (por Caio Marinho)

Esse mês o Digitando terá posts de convidados. Começamos por Caio Marinho, que vivenciou esse dia tão importante para o teatro:

27 de março, dia mundial do teatro e do circo. Foi também dia de luta. De darmos novos passos na batalha para o teatro acontecer de fato. Contra os fundos baseados na renúncia fiscal. Contra o uso do dinheiro público para promoção de grandes empresas. A favor do diálogo, de uma via de duas mãos entre nós, artistas, e o governo que teima em não abrir outras possibilidades, nos deixando nas mãos da iniciativa privada.

A tão falada Lei Rouanet, agora foi reformulada, mascarando o absurdo de sua fundamentação. O movimento 27 de março, que ocupou (não invadiu, como tem sido divulgado, pois trata-se de um espaço público) a Funarte na madrugada de quinta feira, não passa nem perto de defender a lei, e sim a sua extinção, abrindo espaço para novos mecanismos de incentivo cultural, que não dependam do patrocínio privado patrocínio privado, que utiliza a ação cultural para auto-promoção.

Estes, entre outros direitos exigidos por nós, estão na carta aberta, lida e entregue aos representantes do MinC às 13h da sexta-feira, 27 de março, após mais de sete horas de ocupação. O que acontecerá ninguém sabe, mas foi e está sendo bom ver o povo de teatro lutando junto. Foi bonito estar lá e ver os artistas unidos para fazer a nossa arte ser vista, e reconhecida como algo que precisa de investimento. E merece acontecer!

27.3.09

programa piloto - grandeville

Como prometido, coloco aqui o programa:





26.3.09

grandeville



(Malabarista, Assistente e Contorcionista comandando o Grandeville)

E hoje tive minha 1ª experiência com TV. E num programa ao vivo! Trabalho do 5º semestre do curso de audiovisual do Senac. Foi divertido e tão teatral.

Uma trupe de circo falida vai para um programa de tv. Minha cara. Pela primeira vez me senti a vontade na frente das câmeras. Confesso que não sou muito fã delas. E é bonito ver teatro na TV. ainda que em um trabalho universitário... Não custa sonhar.

E eu comandei um programa. Fiz até entrevista. E me passei por uma falsa contorcionista atrapalhada. Ainda bem que é uma série e 6 programas! e tem mais!

Quando eles puserem o programa na internet divulga-lo-ei aqui.

Se quiserem entender mais: www.grandevilletv.blogspot.com

20.3.09

pelas ruas... de palhaço

Ontem. Sem querer. Querendo. Eu e meus colegas de grupo de teatro empresa nos tornamos uma intervenção urbana. Fomos fazer uma apresentação de palhaços em um empresa de Alphaville e, quando terminou, resolvemos ir embora trajados daquele jeito mesmo.


Com os vidros abertos fomos de Alphaville até a Heitor Penteado, passando pelo meio de Osasco. E foi uma experiência incrível. Só o fato de estarmos lá de narizes já causava uma comoção nos transeuntes. Que mexeram muito com a gente. Adultos. Crianças. Onibus lotados. Pessoas a pé e de carro. Demos nossos narizes para meninos no farol!


Daí eu pensei: eu gostaria de estar no trânsito e ver palhaços dirigindo um carro. Eu iria ficar contente.


E me senti orgulhosa de trazer alegria no dia-a-dia daqueles desconhecidos que com certeza ao chegarem em casa iriam comentar o fato. Como, com um pequeno gesto, um ator modifica um dia na vida de uma pessoa.



Baba ou Melissa Diliça,

dirigindo por São Paulo.

15.3.09

sensações gustativas

Purê de Abobrinha. Figo Seco. Sopa de Beterraba. Berinjela com Aliche. Suco de Pepino. Misushiro de Siri. Geléia de Rosa. Forma algumas das coisas que tivemos que degustar no ensaio passado. Vivência.

Ator sofre. Foi muito doído ter que comer essas coisas. Mas, qual a única forma de se sentir na pele de uma barata? Personagens não humanos. Tem outra visão do mundo, outra apetite, outro tudo. Uma nova descoberta a cada piscada.

Vivência real eu nunca tinha feito. Dói. Chorei, e sabem por que? Porque não consegui engolir uma simples colher de margarina. Era muito nojento pra mim. Daí pensei em uma situação de fome. E na minha boca algo que não consigo engolir porque é intragável ... é humano sentir isso. Enfim...teatro também é, ou só é, perrengue! Que venham as baratas!

8.3.09

cândida

Ontem fui convidada para ir ao Teatro Brigadeiro para ver a reestréia da peça Cândida, de Bernard Shaw, com direção do Zé Henrique de Paula. Teatro lotado para convidados. Aquela sensação boa de estréia, quando a gente pensa: Nossa as pessoas frequentam o teatro!

Mas aconteceu justamente um das piores coisas que se pode acontecer com um espetáculo. O Espaço e a lotação prejudicaram a cena. Acústica péssima. Eu estava na fileira J e não escutava direito os atores. Pessoas saíram do teatro. Sambaram em suas cadeiras. Chato.

O espetáculo é realista e totalmente embasado no texto. Difícil de acompanhar sem escutar direito. Faltaram microfones. Não gosto deles. Mas naquele espaço não tem jeito. Ponto negativo pro Teatro Brigadeiro.

O espetáculo vale pela boa atuação. Os atores estão ótimos em cena. Estilo de encenação muito parecido com o do Tapa, pudera, a direção e parte do elenco são de lá. Bom... ficaadica... se quiser ir assistir fique bem na frente. Para não perder uma palavra.


Cândida
Duração: 110 minutos
Temporada de 7 de março a 31 de maio
Sexta às 21h30, sábado às 21h e domingo às 18h
Ingressos: R$ 40 (sextas) e R$ 50 (sábados e domingos)
Meia-entrada para idosos, estudantes e classe teatral
Capacidade: 676 lugares
Teatro Brigadeiro - Avenida Brigadeiro Luis Antônio, 884 – Bela Vista

5.3.09

inseto monstruoso

Começar um novo processo baseado em Franz Kafka. Metamorfose. É no mínimo pedir pra sofrer. Que solidão. Ficar preso em um corpo que não é seu. Ou pelo menos não era. E ver sua vida transformada. Sem volta.

E reaprender tudo. A viver. A não viver. E o mais importante: aprender a ser solitário. Dói. Dói. Dói.

O grande é que eu gosto de coisas que doem. É como renascer de novo. Aliviar. A Alma. E um novo processo que vai ser dolorido me dá força. Porque sei que o resultado virá como uma bomba. Catarse.

E a vida sem isso é nada.

27.2.09

editais

E mandamos projetos pra todos os editais que abrem. E sempre temos a esperança de conseguir. E sem mais nem menos... sabemos que conseguimos um deles! E não se fica feliz? Nâo...porque a prefeitura cortou verbas da Cultura e o edital não poderá ser cumprido.

O que adianta?

O cerco se fecha cada vez mais.

Desabafo!

24.2.09

aguas de março

E acabou a temporada.
É Carnaval.
Em março recomeça um novo ciclo.
Metamorfose.
Em todos os sentidos.
Trabalha-se Kafka.
Deixa-se de lado Shakespeare.
e depois de Quixote.
Uma barata!
Transformação.
Afinal...
são as aguas de março fechando o verão
e é promessa de vida.
Sempre.

17.2.09

mágoa

E de repente você sente no olhar das pessoas que elas não acreditam mais em você.
E você tenta resolver o que não tem solução.
Uma maça podre em um grupo apodrece tudo que está em volta.
E você começa a se sentir um problema quando antes você era a solução.
Dá vontade de desitir.
Do que se ama.
Dissimulação eu não aguento.
Não sei lidar.
Tenho medo.
Gente que não te olha no olho.
Gente que fala o que não sente.
E manipula pessoas boas.
Sou honesta.
Não sei jogar esse jogo.
Fim de partida.

13.2.09

sonhar

Hoje eu sonhei com uma peça linda.
Era do Vento Forte. Mas inédita.
Nenhuma que já tenha existido.
E eu só lembro das cortinas e panos brancos.
E do meu querido professor Wanderley Martins tocando cavaquinho.
Lembro que chorava compulsivamente de tão lindo que era o espetáculo.
Tão bom sonhar com o palco.
Tão bom o teatro acontecer até no meu sonho.
Real.

10.2.09

interpretações

Interessante ver as diversão interpretações do público em relação a um espetáculo. Cada olhar. cada imaginação. Cada vivência. Leva sempre novas possibilidades. Muitas vezes a visão da platéia traz com óbvio aquilo que nem foi imaginado pelos criadores.

Coisas novas são descobertas atravéz do olhar do público. Interpretações possíveis que aparecem como que instintivamente, sem que os criadores se dêem conta. E é por isso que cada espectador trás um novo ânimo para aquilo que queremos.

Coisas legais. Viagens. Não importa. O prazer está em ver que aquilo que criamos traz uma reflexão. Seja ela qual for. Aquilo que fazemos abre espaço para milhões de universos, que voaam pro infinito e trazem respostas à aquilo que cada um quer saber. Respostas são o que precisamos.

7.2.09

mágico

E tem dia que o espetáculo acontece.
Acontece como algo além do humano.
Algo que está no ar.
O elenco todo em sintonia.
Tem dia que a gente esquece de si mesmo para aquilo acontecer.
E esse dia é sempre o melhor.
Porque todos viram uma coisa só.
Viram um corpo unido.
Um desenho.
Vibrante.
Iluminado.
Quinta-feira foi assim.
Mágico.

30.1.09

inesperado

De repente.
Já no palco.
Você se dá conta de que nem tudo foi planejado.
Uma pessoa na platéia muda o seu humor.
Um capacete quebrado muda o destino da peça.
Uma mudança de cena atrapalha o operador de som.
E com a gaiola presa no nariz.
Virada de costas.
Você tem que planejar uma saída.
Somos humanos.
Quixote passa mal em cena e cai pro lado.
Essa semana foi cheia de imprevistos.
Mas não menos gostosa.
Adrenalina.
Lidar com o inesperado.

27.1.09

meu ambiente

Coxias.
Corredores.
Camarim.
E eu queria morar lá.
Pra sempre.
Como se só ali eu me sentisse em casa.
E realmente é só ali que eu me sinto.
Plena.

23.1.09

público desconhecido

E uma das sensações novas de estar em um lugar de grande repercursão como o Centro Cultural é lidar com um público que você não conhece. Antes a platéia era deliciosamente formada em sua maioria por parentes, amigos e colegas. Que lá estavam para dar uma força.

Agora não. Agora temos a sensação de estar lidando com o grande público. E é maravilhoso saber que seu trabalho realmente está sendo visto por si só. Não por você. Não por prestígio pessoal daqueles que te amam.

Eu não tenho nem palavras para descrever. Essa semana fizemos cinco apresentações ao invés das três que eram previstas. Três sessões lotadas e as outras duas com quase 70 pessoas. E isso nos faz acreditar. Acreditar. Que daqui pra frente as coisas vão ser diferentes.

O que a gente faz é muito mágico.

21.1.09

2x quixote (por René Piazentin)

Eu queria postar algo sobre ontem mas não tinha palavras, mais uma vez, René as deu:

"Ontem foi o dia da sessão a preço popular.


E qual não foi a nossa surpresa ao ver a fila se formando ali fora, em frente à bilheteria, e uma hora antes da peça somos informados de que a sessão estava esgotada... E como a peça tem duração de uma hora, o Centro Cultural nos pergunta se é possível fazer outra, 22h!


Começamos a primeira sessão e os 110 espectadores lá, acompanhando a peça. Público bom, junto com a gente, uma energia boa. Acaba a primeira sessão - e vem o aviso de que a segunda também lotou!


Dá-lhe segundo tempo: e foi bonito ver o teatro cheio, duas vezes seguidas, e a garra de todos ali dando o dobro de esforço para que 220 pessoas vissem a peça, em uma única noite.




Lindo."

19.1.09

continuando...

A impressão de que 2009 já começou faz tempo, e a todo vapor...tanta coisa aconteceu desde a virada que o marasmo inicial de ano passou batido. E já se foi a primeira semana de espetáculo.

Amanhã recomeçamos, com sessão a preço popular de R$2,00 e espectativa. De muita gente ir nos assisitir... e assim, na correira, vamos, vamos, vamos...

sem parar.

12.1.09

amanhã

E amanhã é a reestréia
Amanhã
Hoje.6:17h.
Estou acordada.
Com frio na barriga.
De sensação boa.
De vitória.
Como se eu mesma fosse Dom Quixote.
Saindo para sua terceira jornada.
Muitos acham que é loucura.
Pra mim é vida.

8.1.09

e chegou 2009

E por enquanto eu só tenho isso a falar:

 
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