23.11.09

ovo disfarçado

Estou divulgando essa peça fofíssima. Vale muito a pena ir prestigiar. O espaço é lindo. As atrizes estão ótimas. E o tema, embora pareça nonsense, faz a gente refletir muito e se deliciar com ovos espalhados no jardim.






“O DISFARCE DO OVO” PROPÕE UMA REAÇÃO À OBRA DE CLARICE LISPECTOR, USANDO A ESCRITURA CORPORAL PARA ENCENAR O UNIVERSO EPIFÂNICO DA AUTORA


“O Disfarce do Ovo”, do Coletivo Teatro Dodecafônico, faz temporada na Casa de Dona Yayá, no Bixiga, em São Paulo, até 20 de dezembro. O Coletivo de artistas trás como proposta uma reação ao universo epifânico de Clarice Lispector, a partir dos contos “A Legião Estrangeira” e “O Ovo e a Galinha”. Criada coletivamente, a dramaturgia explora a escritura corporal, substituindo as palavras por imagens para a construção da encenação, composta por 7 quadros. Cada quadro parte de um ponto específico: uma partitura corporal ou sonora, a relação com um objeto, um recorte de espaço, sempre sobrepostos a textos diversos. O treinamento corporal das atrizes foi baseado em princípios técnicos desenvolvidos por Klauss Vianna.


Sendo o corpo o suporte e o condutor para a materialização da experiência, o espaço cênico reproduz um lugar de intimidade, comportando apenas 25 pessoas por sessão. Durante a encenação, os presentes vivem a encenação ao lado das atrizes, transitando por espaços que sugerem ambientes domésticos. O público percorre, ao mesmo tempo, caminhos de estranhamento da alma e da memória, compartilhando o mundo interior da autora.


A escolha por espaços alternativos é parte da pesquisa do grupo, que entende a arquitetura na qual a peça será apresentada como primeiro desafio à instalação das cenas. Os detalhes arquitetônicos da Casa de Dona Yayá incrementam ainda mais a encenação, já que a casa é apresentada ao espectador como ela é.


A Casa é um dos mais conhecidos bens culturais da Universidade de São Paulo, tombado pelo Condephaat. Na primeira metade do século passado, foi habitada por Dona Yayá por mais de 35 anos, e se transformou, com o agravamento de sua suposta insanidade mental, em sua própria alcova. Há todo um mito que ainda cerca a casa, que é considerada um dos últimos exemplares de chácaras urbanas em São Paulo. É uma das poucas casas que ainda guarda paredes trabalhadas pelas mãos de restauradores. É possível ver as diversas camadas de tinta pelas quais passou ao longo de um século ou mais.


Local: Casa de Dona Yayá Rua Major Diogo, 353 - Bixiga

Sábados às 20h e domingos às 19h.

Criação do Coletivo Teatro Dodecafônico.

Capacidade 25 lugares.

Para maiores de 14 anos.

Até 20/12.

Ingressos: 20,00 (inteira) e 10,00 (meia).

Reservas pelo telefone: 7674.4062.

Se chover não haverá apresentação.


Sinopse: A encenação revela uma série de encontros: duas mulheres, uma menina, um ovo, um pintinho. Ao percorrer uma trajetória fragmentada, o espectador é convidado a transitar pelo jardim e pelo interior da casa, caminhos de estranhamento da alma e da memória. Por meio da linguagem corporal, duas atrizes reagem ao universo epifânico da escritora Clarice Lispector. Apenas 25 pessoas assistem cada apresentação.




FICHA TÉCNICA Encenação: Verônica Veloso Co-encenação: Paulina Caon Intérpretes criadoras: Beatriz Cruz e Gabriela Cordaro Preparação corporal: Verônica Veloso e Paulina Caon Espaço cênico, arte-gráfica e fotografia: Renata Velguim Figurino: Jorge Wakabara Concepção de luz: Taty Kanter Audiocenografia: Felipe Julian Vídeos: Marina Bastos Produção: Coletivo Teatro Dodecafônico

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