21.1.08

conversas sobre Apolo e Dioniso

Uma das coisas mágicas que o Teatro proporciona é poder sentar em uma roda de atores com um filósofo e simplesmente discutir A Visão Dionisíaca do Mundo. Nada mais. Nada menos. A pauta é Nietzsche. Páginas angustiantes. Lidas pelo menos duas vezes. Causando insônia.

Nos relata esse alemão, com seu O Nascimento da Tragédia, que os gregos estabeleceram as divindades Apolo e Dioniso como a dupla fonte de sua arte. De repente, em uma roda de conversa no ano de 2007, essas divindades milenares são capazes de nos fazer sentir como se o tempo não tivesse passado. Como se tudo depois disso fosse besteira. Gregos. Invetaram o que é saber.

Simples. Apolo e Dioniso são opostos. Mas andam juntos. Apolo. Forma. Dioniso. Vontade. Não. Não é sobrenatural. É uma éspecie de fórmula que nasceu com os gregos. Transformo-se. Superego e Id. Neurose e Psicose. Razão. Emoção.

Tudo o que fica na forma é apolínico. Deus da bela aparência. Bela. Tem seu valor. Técnica. Mas não é vida. É uma escola de samba coberta de ouro com integrantes que não sabem o enredo. Distancia o homem da obra de arte.

Embriaguez é Dioniso. É o samba. É o estarrecimento perante a arte acontecendo. Quando você sente que a arte aconteceu. Dioniso está com você.

Naquela conversa eles estavam ali. Estão comigo para sempre agora.

O homem não é mais artista, tornou-se obra de arte, caminha tão estasiado e elevado como vira em sonho deuses caminharem. (F. Nietzsche)

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