Umas das célebres frases do diretor, René Piazentin, é que devemos ter dois exemplares do livro O Teatro e seu Duplo, de Antonin Artaud. Um, ele diz, pra ficar na cabeceira, e outro, para por num quadro. Essa leitura realmente é indispensável para quem quer pensar em um teatro viceral.
Muito revoltado com a idolatria com que são tratados os textos e com a forma endurecida das encenações que colocam a obra e o autor em primeiro lugar, ele nos propõe um novo teatro muito mais vivo.
Isso significa que, em vez de voltar a textos considerados como definitivos e sagrados, importa antes de tudo romper a sujeição do teatro ao texto e reencontrar a noção de uma espécie de linguagem única, a meio caminho entre o gesto e o pensamento. (Antonin Artaud)
Ele tem uma visão muito radical contra as encenações clássicas, ele diz até em "acabar com as obras primas". Mas quando você entende bem o que ele está querendo propor seus olhos começam a brilhar.
Um teatro cujo principal beneficiado é o encenador, que passa a ser o "senhor" da obra, afinal de contas, o produto final é muito mais mérito dele do que do autor do texto, que morreu há séculos atrás.
Uma encenação de Hamlet nunca é igual a outra. Porque Shakespeare leva o mérito de todas se quem as idealiza são os atores e o diretor? É nesse sentido que Artaud diz que as palavras tem que ter o mesmo, ou até menor peso do que o gesto, o silêncio, a trilha sonora, a iluminação, o figurino, o cenário. A força do texto está no papel. No palco a força vem de cada um de nós. Do nosso suor. Mérito. Total.
27.1.08
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Um comentário:
Oi Baba! Muito boa essa abordagem do teatro, hein! Seria legal se as pessoas vissem dessa forma mesmo.
Olha, prometo que venho comentar no seu blog... mas só se vc também frequentar o meu! Hehehe!
Abraço!
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