Nelson Rodrigues. Antunes Filho. Esse espetáculo não podia ser perdido. Eu fui. Fui e vi. Assisti. Atenta. A Encenação tava muito boa. Como não podia deixar de ser. Trabalho do Antunes. Visualmente muito bonito. Coro. Palco Nú. Cadeiras. Atores. Nada que ele não tenha feito antes. Mas bonito sim.
O que eu não esperava era ver Nelson Rodrigues falado como se fosse um texto de Moliére. Em tom de farsa. Não parecia Nelson. A tentativa de deixar o espetáculo impactante causou um estranhamento. Porque aquela linguagem não combinava com o universo rodrigueano. Atores bons. Mas com um tabalho vocal estridente. Tornou o espetáculo monótono. Fora do tom. O tom que se quer ao ver Senhora dos Afogados.
Queremos ser sugados pelo texto. E levados sem dó pela maré. Do oceano. Que. Implacável. Não devolve seus afogados. Faltou essa tensão. De ver a vida como ela é. Naquela família claramenete desestruturada. Como toda família.
Faltou. Faltou o trágico no Nelson. Mas não faltou uma boa encenação. Que para quem nunca assistiu Antunes, vale a pena. No final das contas foi bom. É sempre bom tentar. E nem sempre se acerta. Nem mesmo Antunes Filho.
Um comentário:
OLá
Achei seu blogger por acaso digitando algumas palavras em algum site de busca.
Muito bacana o que escreve,adorei ler suas críticas.
Sou uma recém estudante de teatro...Troquemos figurinhas!
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