10.3.08

sempre há desordem nas casas sem ordem

O título é uma frase do personagem Malherbe de As Relações Naturais, do polêmico e misterioso autor gaúcho Qorpo Santo. Às vezes me sinto numa verdadeira desordem. O teatro é o que não podemos chamar de linear. Vive-se o presente. Vive-se de encontros. Vive-se de pessoas. E entre essas pessoas existe uma linha tenue que está sempre estrapolando entre o o pessoal e o profissinal. Acho que não existe profisssão em que as relações se tornem mais intensas.

Aquela é sua família. É gente que acredita no que você acredita. A desordem no nosso coração é tão grande que separar as coisas parece quase sempre impossivel. Passional. Totalmente. Essa é a palavra.

Afinal, vivemos com aquelas pessoas situações e emoções mais intensas que a própria vida real. Porque são coisas que ultrapassam o nosso limite. Cada dia uma superação. Cada texto. Cada peça. Uma vida parelela. Um vínculo.

Por isso dói quado alguém abandona um trabalho. Por isso dói como se fosse uma pequena morte dentro de nós. Mas seguimos em frente. Dizem que ninguém é insubistituível. Pelo menos em um papel. E não é mesmo. Mas um buraquinho dolorido sempre fica. E a presença daquela pessoa é eterna. Porque mesmo sendo o mesmo papel, sempre será um novo personagem.

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