15.4.08

o inferno de todos nós

Se tem um Inferno que é bom é esse. A primeira vez que assisti a peça "17xNelson, o inferno de todos nós", não pude coompreender porque aquilo era chamado de Inferno. Para mim era o Paraíso. O paraíso poder viver tão intensamente toda a obra do Nelson Rodrigues em uma peça só.

O Paraíso aquele cenário maravilhoso e aquele figurino deslumbrante.

Nesse inferno. Personagens Rodrigueanos descalços e com os pés feridos pelas chamas passeiam por você fazendo sentir-se um deles. Em ordem cronológica as peças são contadas e todas as fases do Nelson Rodrigues são claramente expostas. Uma verdadeira aula.

Não há como não ficar tentando adivinhar de que peça é cada cena. Se você já não sabe a ordem, claro. E o surpreendente é se deparar com um ciclo que não se fecha. Sabendo que "A Serpente", útima obra do dramaturgo, nos remonta a sua segunda e mais aclamada obra, "Vestido de Noiva". E a disputa entre irmãs. Dá vontade de pedir pra peça começar de novo. Bis.

A sensibilidade dos atores e do diretor emociona. O ponto mais surpreendente, para mim, é a cena do monólogo "Valsa nº6". Que eu já vi ser representada por duas atrizes, Anna Cecília Junqueira e agora, Fabiana Scaglioni. Muito lindas no papel.

Aliás. Já vi a peça pelo menos umas oito vezes, pessoas ficaram, pessoas se foram, pessoas mudaram de papel. E aquele Inferno continua único, e tão bonito, que sempre vale a pena. Por tudo.

Não é a toa que a peça entra e sai de cartaz desde 2005.

"Diabo diz: Toda a família tem um momento em que começa a apodrecer. Pode ser a família mais decente, mais digna do mundo. E lá um dia, aparece um tio pederasta, uma irmã lésbica, um pai ladrão, um cunhado louco. Tudo ao mesmo tempo." (trecho de 17xNelson)



Adilson e Luciana Azevedo - Toda Nudez Será Castigada (cena de 17xNelson)

Fica só até dia 04 de maio no Centro Cultural. (informações ao lado)

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