Aurélia se moe.
Vira cinzas.
Renasce.
Como o avô eterno.
Se tem algo que é fato é que todo mundo queria ter um âvô como Charles Chaplin. Eu tinha que conferir de perto os frutos dessa família. O pai do clown. A pai do lúdico. Acho que meu maior ídolo.
Foi assim que me encaminhei esperançosa para o Sesc Vila Mariana. Afim de sentir ao vivo o sopro de Carlitos. E foi exatamente assim que eu me senti ao ver o espetáculo. De alguma forma ele estava lá personificado.
Sem dizer uma palavra. L'Oratória d'Aurélia disse tudo o que eu precisava saber. Que sim. Só é preciso sentir. Que o teatro pode ser feito de imagens e músicas. Bem construídas. E que. Mesmo sem aparentar qualquer sentido. Faz sonhar.
No mundo de Aurélia. O rato come o gato. As cortinas viram personagens e têm até filhotes. Os figurinos falam. Dançam sozinhos. E a interação com os objetos de cena é viceral.
E de repente você se emociona sem saber porque. Depois percebe que dois bailarinos dançando uma espécie de tango bizarro tem os pés "dez pras duas" como um certo vagabundo querido. Tudo aquilo tem um pouco de nossos sonhos. Um pouco de Carlitos. Um pouco de tudo que amamos.
Supreendente.
Como um trenzinho de brinquedo que solta fumaça e faz um buraco em nosso estômago para passar. Um tunél. Em círculos. A cortina despenca. E o trem não para de passar.
De cabeça para baixo?
A cortina eleva Aurélia e a pipa a empina.
Um comentário:
O espetáculo é maravilhoso.Valeu a pena assisitir.Muito criativo, diferente de tudo que vi até hoje!!!!!!!
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